Crime chocou a comunidade de Rio Grande e levantou debate sobre segurança no trânsito e álcool ao volante
Rio Grande (RS) – O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, por meio do 1º Promotor de Justiça Criminal de Rio Grande, Dr. Leonardo Giron, ajuizou uma ação penal por homicídio qualificado contra o autor do atropelamento que resultou na morte da professora da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), ocorrido no dia 23 de março de 2025, no bairro Cassino.
O crime, que causou profunda comoção na comunidade acadêmica e entre os moradores da cidade, teve desdobramentos rápidos. A denúncia foi formalmente recebida pelo Poder Judiciário, e o réu permanece preso preventivamente, respondendo ao processo judicial.
Entenda o caso
Na manhã de um domingo tranquilo, por volta de 9h, um motorista, sob efeito de álcool e dirigindo em alta velocidade pela Avenida Rio Grande, no Cassino, perdeu o controle do veículo. O carro invadiu a calçada, onde caminhava a professora, e a atingiu violentamente, lançando-a contra as grades de um prédio residencial. A vítima morreu no local.
Segundo a Promotoria, o condutor assumiu o risco de causar a morte ao conduzir embriagado e acima do limite de velocidade permitido em uma via urbana de grande fluxo de pedestres. O Ministério Público sustenta que o caso deve ser enquadrado como homicídio qualificado, dada a conduta imprudente e a gravidade das circunstâncias.
Repercussão e comoção
A morte da professora, que era conhecida pelo trabalho dedicado na FURG e pelo envolvimento em projetos sociais e educacionais, gerou uma onda de indignação e tristeza. Alunos, colegas, amigos e familiares realizaram uma vigília com velas e homenagens em frente à universidade e no local do acidente.
“Perdemos mais do que uma docente. Perdemos uma referência humana”, disse uma colega de departamento, emocionada. A FURG emitiu nota oficial lamentando a perda e prestando solidariedade à família da vítima.
Segurança no trânsito e álcool ao volante
O caso reacendeu o debate sobre a imprudência no trânsito, especialmente nos fins de semana no balneário Cassino, onde o consumo de álcool e o excesso de velocidade são frequentemente denunciados por moradores. Nos últimos cinco anos, pelo menos 12 mortes por atropelamentos e colisões com envolvimento de álcool foram registradas na zona sul da cidade, segundo dados da Delegacia de Trânsito.
Especialistas em segurança urbana e mobilidade alertam para a necessidade de reforço nas ações de fiscalização, como blitze da Lei Seca, e a requalificação das calçadas e sinalização nas avenidas do Cassino.
Próximos passos
Com o processo judicial em andamento e a prisão preventiva mantida, o réu deve ser julgado nos próximos meses. O Ministério Público solicitará a oitiva de testemunhas e a apresentação de provas técnicas, como o laudo toxicológico e a reconstituição do acidente.
A comunidade espera justiça. “Que esse caso não fique impune e que sirva como um alerta sobre as consequências da irresponsabilidade ao volante”, disse um morador em entrevista ao Agora News RG.
DADOS DE ATROPELAMENTOS EM RIO GRANDE
Segundo levantamento da Delegacia de Trânsito, nos últimos 5 anos, foram:
🚶♀️ 12 mortes por atropelamento no Cassino;
🚔 65% dos casos envolveram consumo de álcool;
🛑 Quase todos ocorreram aos fins de semana.
O que vem pela frente
O processo judicial segue tramitando na Vara Criminal de Rio Grande. O réu poderá ser julgado por júri popular. A expectativa é de que audiências de instrução ocorram ainda no primeiro semestre de 2025.