Um ex-diretor da Penitenciária Estadual de Rio Grande (PERG) foi condenado a 25 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e facilitação ao tráfico de drogas. A sentença foi proferida pela 1ª Vara Criminal de Rio Grande, com base em denúncia apresentada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Segundo as investigações, o ex-diretor permitia a entrada de celulares, drogas e armas na unidade prisional, mediante o recebimento de propina. O esquema beneficiava facções criminosas que atuam dentro e fora do sistema penitenciário, e funcionava de forma contínua entre os anos de 2020 e 2022. O valor movimentado ilegalmente pode ultrapassar meio milhão de reais, de acordo com o relatório do GAECO.
Também foram condenados dois agentes penitenciários que teriam auxiliado o ex-diretor, facilitando a logística e intermediação com os grupos criminosos. As penas deles variam entre 16 e 18 anos de reclusão. Ambos foram afastados das funções logo após a deflagração da Operação Cela Livre, em 2023, que revelou a extensão do esquema.
Na sentença, a juíza responsável pelo caso classificou as ações dos réus como uma “quebra profunda da confiança institucional” e destacou que a penitenciária foi convertida em “um verdadeiro centro de comando do crime organizado”, colocando em risco a segurança pública e a integridade do sistema prisional.
A Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE) informou que colabora com as investigações e instaurou processos administrativos disciplinares para apurar a conduta dos envolvidos. Já a defesa do ex-diretor declarou que vai recorrer da decisão, alegando falta de provas materiais diretas que liguem seu cliente aos crimes. (Assessoria).
