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CRAI RG completa dois anos de atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual

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A maioria dos abusos acontece no ambiente familiar. Esteja atento e denuncie; sua atitude é importante para oferecer apoio à vítima e interromper o ciclo de violência

O Centro de Referência em Atendimento Infanto-juvenil (CRAI) em Rio Grande é um espaço essencial para a proteção e o cuidado de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Com um trabalho focado na escuta especializada e no acompanhamento em saúde, o serviço atende vítimas dos municípios de Rio Grande, São José do Norte, Santa Vitória do Palmar e Chuí, proporcionando acolhimento humanizado e suporte especializado.
O CRAI está localizado no Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-Furg). A iniciativa é fruto de um compromisso entre o Governo do Estado, a Prefeitura de Rio Grande, o HU-Furg e o Ministério Público Estadual, com base na Lei n° 13.431/2017, que regulamenta os direitos de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência e busca evitar a revitimização.

Um espaço de proteção e cuidado
O serviço é referência na escuta protegida de crianças e adolescentes de até 18 anos, assegurando um ambiente seguro para que as vítimas relatem suas experiências. A coordenadora do CRAI, Tânia Fonseca, destaca a importância da atenção da sociedade para sinais de violência, especialmente porque, em grande parte dos casos, o agressor é alguém próximo à vítima. “Muitas crianças não conseguem compreender o que está acontecendo ou não se sentem seguras para relatar a violência. Por isso, é essencial que todos estejam atentos aos sinais e denunciem”, reforça.
Além da escuta especializada, o CRAI oferece acompanhamento psicológico e social, avaliação médica, exames laboratoriais e perícias físicas e psíquicas. Após a avaliação inicial, um relatório detalhado é encaminhado aos órgãos responsáveis, garantindo o suporte necessário para cada caso.
Desafios e a importância do apoio contínuo
Entre os principais desafios do CRAI está o acolhimento de vítimas em situação de vulnerabilidade econômica. Muitas famílias enfrentam dificuldades para comparecer às consultas devido à falta de recursos para transporte, o que pode atrasar o início dos cuidados necessários. Outro ponto crítico é a necessidade de maior acesso ao acompanhamento psicoterápico contínuo na rede pública, fundamental para minimizar os impactos emocionais da violência vivida.
“Acompanhamento psicológico é essencial para que essas crianças e adolescentes possam superar os traumas e reconstruir suas vidas. Precisamos de dispositivos de saúde mental que garantam esse suporte de forma acessível e contínua”, pontua Tânia.

Como funciona o atendimento no CRAI
O CRAI integra a rede de proteção infanto-juvenil, atuando em conjunto com órgãos de segurança pública e assistência social. A equipe multidisciplinar conta com profissionais de Ginecologia, Pediatria, Psicologia, Assistência Social e Enfermagem, além de representantes da Polícia Civil, do Instituto Geral de Perícias (IGP) e do Posto Médico Legal (PML).
Os atendimentos são realizados de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h, no HU-Furg, pelo Acesso 2, na Rua Visconde de Paranaguá, nº 102. O agendamento pode ser feito pelo e-mail crai.hufurg@ebserh.gov.br ou pelo telefone/WhatsApp: (53) 3233-0264. Em casos urgentes, as vítimas podem procurar diretamente o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do HU-Furg, pelo Acesso 1, sem necessidade de agendamento prévio.
A importância da denúncia
A violência sexual contra crianças e adolescentes pode ser identificada em diferentes espaços, como escolas, delegacias, serviços de saúde e órgãos do sistema de justiça. Além disso, qualquer pessoa pode fazer uma denúncia anônima pelo Disque 100.
“Proteger nossas crianças e adolescentes é uma responsabilidade coletiva. A denúncia pode ser a única forma de interromper o ciclo de violência e garantir que a vítima receba o suporte necessário”, destaca Tânia. (Redação)

Parceria entre HU-Furg, Prefeitura e órgãos de segurança visam o atendimento humanizado às vítimas de violência sexual. (Foto Divulgação).

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